Crítica: 007 Contra SPECTRE (2015)

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9/1060/1007,4/1062%73%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 6.11.2015.

Depois de ter visto 007 Contra SPECTRE duas vezes, acho que consigo escrever sobre ele de forma mais objetiva, pois, sendo sou fã da franquia e de Daniel Craig, o texto pode ser um pouco tendencioso (fiz um vídeo logo após ver o filme pela primeira vez e minha animação é nítida).

Em 007 Contra SPECTRE, James Bond (Daniel Craig) recebe uma mensagem de alguém de seu passado com uma pista para encontrar a organização por trás de muitos ataques e tragédias, incluindo os dos filmes anteriores ??(Casino Royale, Quantum of Solace e Operação Skyfall). Enquanto isso, o MI-6, dirigido por M (Ralph Fiennes) está enfrentando a extinção seção 00, devido a uma fusão com o MI-5, liderado por Max (Andrew Scott), também chamado de C. O objetivo da fusão é ter uma agência de inteligência única que também seria integrada a agências de outros 8 países e, portanto, esta nova organização teria acesso completo à informações pessoais de qualquer pessoa.

Seguindo o enorme sucesso de Operação Skyfall, é natural que 007 Contra SPECTRE sofra com a comparação com o seu antecessor. O fato de Sam Mendes estar de volta para dirigi-lo também adiciona um fator à comparação. Não estou pronta ainda para dizer se este filme é melhor ou pior. É apenas diferente, mas eu gostei muito.

A epígrafe “Os Mortos Estão Vivos” já sugere que este filme vai falar sobre pessoas falecidas que ainda podem influenciar aqueles que restaram (Bond, neste caso). Corta para a seqüência da abertura na Cidade do México, precisamente no Dia dos Mortos, com a tradicional celebração do país na qual as pessoas se fantasiam de caveiras. Essa seqüência é de tirar o fôlego, não só por causa da quantidade de figurantes e dos figurinos lindos, mas também por causa da forma como ela foi filmada. Parece ser uma longa tomada sem edições, algo como Birdman.

Os créditos de abertura são sempre divertidos, e também nos mostram que vamos ouvir falar de personagens do passado de Bond, já que seus rostos aparecem precisamente durante os versos “A million shards of glass/ That haunt me from my past” (Um milhão de cacos de vidro / Que me perseguem do meu passado” em tradução livre) são cantados por Sam Smith, parte da música “The Writing’s on the Wall”. Uma observação sobre a música: é melhor do que “Skyfall”, da Adele? Não, mas é melhor do que muitos temas de James Bond anteriores… além disso, a forma como os créditos nos deixa tão entretidos que vale a pena.

O filme em si é repleto de referências a outros filmes da franquia, algumas mais sutis, outras mais evidentes. Ele pede para seu Martini “batido, não mexido”, diz “Bond, James Bond”, usa os gadgets de Q (Ben Whishaw), dirige um Aston Martin e flerta com Moneypenny (Naomi Harris).

No entanto, o que eu gostei deste este filme é que M, Q e Moneypenny têm mais envolvimento com a história, arriscando seus empregos para ajudar Bond. As cenas entre Bond e Q são impagáveis ??e eu ri em quase todas as interações deles.

Outra tradição na franquia é, obviamente, o envolvimento dele com mulheres. Ele interage muito brevemente com Monica Bellucci, que me fez indagar o por quê de todo o estardalhaço sobre ela ser a “Bond girl” mais velha da franquia. Léa Seydoux, por outro lado, tem um papel maior como a Dra. Swann Madeline (o nome é uma referência a Em Busca do Tempo Perdido, de Proust), filha do Sr. White (Jesper Christensen), que muitos irão reconhecer de Casino Royale e Quantum of Solace. Gostei de seu relacionamento com Bond e também gostei que ela é forte e sabe mais do que ele em alguns aspectos. Apenas uma outra observação rápida: notei um erro de continuidade com o esmalte que ela usava: em uma cena é quase transparente, na cena seguinte, quando ela está vestindo um vestido longo, é vermelho e na cena imediatamente seguinte está de volta ao quase transparente. Portanto, ou ela arrumou a unha duas vezes no trem onde estavam – altamente improvável – ou foi um descuido de edição.

Finalmente, a maior tradição de todas: o vilão! Christoph Waltz interpreta Oberhauser e Bond o encontra pela primeira vez em uma reunião secreta da SPECTRE. Eu poderia escrever várias coisas sobre seu personagem, mas que iria inevitavelmente estragar o filme. O que eu posso dizer é que ele está ligado ao passado de James Bond, que é algo que começou a ser explorado em Operação Skyfall. Estive lendo várias críticas ruins sobre a atuação de Christoph Waltz, com o argumento de que ele trabalha melhor quando dirigido por Quentin Tarantino. Eu acho que o comentário um insulto às suas habilidades como ator! Além disso, penso que aqueles que já assistiram aos filmes dos anos 60 e 70 irão apreciar mais o seu personagem.

Sam Mendes fez um trabalho maravilhoso de novo, na minha opinião. O filme é longo, mas o ritmo é bom. Estão sempre mudando de lugar, de um locação deslumbrante para outra. A trilha sonora de Thomas Newman me incomodou um pouco porque soava muito parecida a de Operação Skyfall em vários momentos, e eu estava esperando algo mais diferente.

Eu não gostei do final na primeira vez que o vi. No entanto, após a segunda vez, a ideia me pareceu mais interessante. O que me mais incomodou foi que não explicaram o significado da sigla SPECTRE. Assim, aqueles que não sabem que significa Special Executive for Counter-intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion (em tradução livre, Executiva Especial para Contra-Inteligência, Terrorismo, Vingança e Extorsão) não vai ficar sabendo disso enquanto assiste a este filme. Também é bom saber que esta organização, recorrente em filmes mais antigos, era liderada por Ernst Blofeld, que sempre tinha um gato branco (e satirizado por Mike Myers em Austin Powers).

Ninguém sabe se Daniel Craig fará um quinto filme (e espero que ele faça!), mas, caso seja o último, 007 Contra SPECTRE é um final agradável para sua temporada de 10 anos como 007. Ele resolve os mistérios de seu filmes anteriores de maneira satisfatória e o estabelece para sempre como um Bond completamente diferente: mais físico, mais sombrio, menos bobo e mais realista (eu nunca vou esquecer do enredo maluco de Um Novo Dia para Morrer…). Eu percebi agora que escrevi muito mais do que geralmente escrevo! Mas, como James Bond diz a Oberhauser, tempus fugit.

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