Won’t You Be My Neighbor?
Como não passei minha infância nos EUA, não tive a oportunidade de assistir ao programa de televisão “Mister Rogers’ Neighborhood”, apresentado por Fred Rogers, um pastor presbiteriano que ficou extremamente conhecido por sua amabilidade, especialmente com crianças. O programa ficou no ar por 31 temporadas e é tema do documentário Won’t You Be My Neighbor?, título que faz alusão à música cantada por Fred Rogers no começo de cada episódio. O documentário conta com entrevistas com o próprio Fred Rogers, desde o início de sua carreira, até alguns anos antes de sua morte em 2003, além de entrevistar amigos e colegas de trabalho, além de espectadores que foram influenciados pelo apresentador quando crianças. É revigorante ver um filme assim, contando a história de alguém genuinamente com boas intenções e que se importava com o próximo.
RBG
Sexta-feira à noite, em plena Times Square, sessão lotada no cinema. Se tivesse que perguntar para alguém na rua qual filme estava passando, o palpite mais comum provavelmente seria algum filme da Marvel or Star Wars. Para a surpresa de todos, porém, a resposta correta é outra: RGB, um documentário sobre a Ministra da Suprema Corte dos EUA, Ruth Bader Ginsburg.
Aos 85 anos, Ruth Bader Ginsburg vive um curioso fenômeno: é idolatrada por milhões de jovens. É possível comprar inúmeros itens com estampas contendo seu rosto ou citações suas. Sem contar aqueles mais drásticos que a tatuam no corpo. Isto tudo porque ela é a mais importante voz liberal na Suprema Corte nos últimos anos. Seus votos, geralmente divergindo da maioria conservadora, são lidos com entusiasmo por muitos, de tal modo que é conhecida como “the dissenter” (ou “a divergente”, em tradução livre). Não à toa, portanto, que ela é tema tanto deste documentário quanto do filme On The Basis of Sex (com Felicity Jones), que será lançado ainda este ano.
RGB mostra a história da Ministra, desde seus tempos de advogada até os dias atuais, durante sessões de exercício físico que impressionam qualquer um. Com a atual situação da Suprema Corte americana, todos torcem para que ela continue saudável por muitos e muitos anos.
Three Identical Strangers
Imagine descobrir, por acaso, aos 19 anos, que você tem dois irmãos idênticos e que foram separados no nascimento! Foi isso o que aconteceu com Eddy Galland, David Kellman e Robert Shafran, tema do documentário Three Identical Strangers. Pode parecer uma história com um final feliz, já que os irmãos se reencontram e podem tentar recuperar o tempo perdido. Na verdade, porém, isso é apenas o começo de uma história mais fantástica, absurda e perigosa, já que as famílias tentam descobrir por quê a empresa de adoção não informou que os bebês eram trigêmeos e as respostas são surpreendentes. É o tipo de filme que, quanto menos informação for dada anteriormente, melhor será a experiência de vê-lo no cinema. Esta história é a prova viva de que a realidade pode ser mais maluca do que qualquer ficção e que teorias da conspiração não existem por acaso.