Crítica: Freeheld (2015) – Amor Por Direito

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7,5/1050/1006/1044%65%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 11.10.2015.

Se você já viu Filadélfia (1993, com Tom Hanks e Denzel Washington), você vai assistir a Freeheld (ainda sem título em português)* e terá a sensação de déjà vu. Escrito pelo mesmo roteirista, Ron Nyswaner, Freeheld tem todos os elementos de seu antecessor: (i) é inspirado em fatos reais, (ii) o personagem principal tem uma doença e trava uma batalha legal enquanto doente, e (iii) há muito preconceito contra os homossexuais. Apesar de todas as semelhanças, Filadélfia é superior, e vou tentar explicar o porquê.

O ano é 2003 e somos apresentados à Laurel Hester (Julianne Moore), uma policial de Nova Jersey que se apaixona por Stacie Andree (Ellen Page) e mantém o relacionamento secreto, temendo que seus colegas de trabalho a tratem de maneira diferente se descobrirem que ela é gay. O tempo passa e elas decidem morar juntas em uma casa nova e que registram seu relacionamento no cartório como “parceria doméstica”, uma vez que o casamento gay não era legal ainda. Seu segredo é revelado, no entanto, quando ela é diagnosticada com câncer e pretende deixar sua pensão para Stacie, mas as autoridades da cidade (“Freeholders”) não permitem.

Como Tom Hanks em Filadélfia, vemos Julianne Moore mudar fisicamente conforme a doença progride. Ela sempre dá grandes atuações, mas eu gostei mais dela durante o primeiro ato, quando ela estava lutando para manter seu relacionamento em segredo. Ellen Page também é ótima, especialmente quando é desafiada por seu futuro chefe, que não acredita que ela poderia trabalhar como mecânica porque é mulher.

Dito isto, o melhor personagem, na minha opinião, é Dane Wells (Michael Shannon), parceiro da Laurel na polícia que entra em conflito consigo mesmo quando descobre que ela é gay, mas acaba ajudando. Steve Carell também está no elenco e ele foi muito aplaudido pela plateia na sessão que eu estava. Ele definitivamente deu ao filme um tom mais leve e mais engraçado, já que é claramente um dramalhão.

Filadélfia teve um efeito diferente em mim porque os personagens envolvidos são mais complexos: o público sabe por que o personagem de Tom Hanks foi demitido, mas a discussão é mais profunda do que “porque ele é gay”. Em Freeheld, por outro lado, vemos os “Freeholders” discutindo o pedido de Laurel em uma reunião fechada e sua decisão é simples e rápida, sem mais perguntas (exceto o personagem de Josh Charles, que hesita um pouco). Assim, mesmo sabendo o final de ambos os filmes antes mesmo de chegarem ao fim, Freeheld me deu a sensação de uma velha fórmula. Vamos esperar e ver se o público e a Academia terão a mesma sensação…

*O título em português é Amor Por Direito (atualizado em 20.4.2016)

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