| Minha nota | IMDb | Rotten Tomatoes | ||
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| Críticos | Público | Críticos | Público | |
| 9/10 | 96/100 | 8,1/10 | 96% | 81% |
Às vezes vamos ao cinema sabendo exatamente o tipo de filme que vamos assistir, seja, drama, comédia, ação, etc., com base principalmente no trailer e na sinopse. Há outras vezes, no entanto, em que a informação não é muito clara e entramos na sessão despreparados. Foi isso o que aconteceu comigo quando assisti Manchester À Beira-Mar: tinha assistido ao trailer e lido a descrição, mas nada no mundo poderia ter me preparado para o que eu estava prestes a ver.
Para colocar em perspectiva, Jimmy Fallon mencionou durante o Globo de Ouro que Manchester À Beira-Mar foi “a única coisa em 2016 mais deprimente do que 2016”! Isso já dá uma ideia de como a história é tensa e triste.
Escrito e dirigido por Kenneth Lonergan, o filme está indicado a 6 Oscars e merece cada uma destas indicações.
O filme conta a história de Lee Chandler (Casey Affleck, indicado para Melhor Ator), um zelador solitário que mora em Boston e que está claramente deprimido. Ele não mostra qualquer tipo de animação durante o dia e volta para um pequeno e vazio apartamento à noite. Um dia, no entanto, ele recebe uma ligação e volta para sua cidade natal (Manchester-by-the-Sea, Massachusetts). Seu irmão Joe (Kyle Chandler) faleceu e deixou em seu testamento a guarda de Patrick (Lucas Hedges, indicado para Melhor Ator Coadjuvante) para Lee.
Nenhum dos dois gosta da determinação, mas Lee permanece na cidade por um tempo enquanto lida com a situação. Pouco a pouco, através de flashbacks, começamos a entender o porquê da depressão de Lee.
Pode-se ver claramente que Lee é um homem “quebrado”, preso dentro de si mesmo. Nada lhe traz alegria e parece que ele parou de tentar ser feliz. Este homem complexo é tão perfeitamente retrato por Casey Affleck que o público não tem outra alternativa a não ser sentir pena desse personagem – especialmente durante o clímax. O melhor desempenho de Casey Affleck durante o filme é provavelmente na cena mais importante, quando finalmente entendemos o que aconteceu com Lee. É um momento muito poderoso, intensificado pela trilha sonora – a cena é acompanhada por Adagio Per Archi E Organo em Sol Minore.
Também vale a pena mencionar os outros membros do elenco, especialmente Lucas Hedges e Michelle Williams, ambos indicados nas categorias de atores coadjuvantes. Lucas Hedges é capaz de mostrar a tristeza que seu personagem está sentindo devido à morte de seu pai, bem como algum senso de humor (ele é responsável pela maioria das cenas mais leves e divertidas do filme). Michelle Williams, por outro lado, tem pouco tempo na tela, mas isso não a impediu de brilhar e ter um grande desempenho.
Kenneth Logan fez um excelente trabalho com Manchester À Beira-Mar e definitivamente merece suas duas indicações (Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original). Acredito que ele tenha maior chance de ganhar na categoria de roteiro, mas ficaria feliz se ganhasse qualquer um deles.
Portanto, Manchester À Beira-Mar é uma história que vai certamente mover a plateia e não é um desses filmes para serem vistos se você quiser apenas entretenimento leve. Esteja preparado para levar um soco no estômago e sentir a dor de Lee.
