Indicações: Oscar 2021

Um dos filmes mais aclamados pela crítica do ano, Nomadland definitivamente se enquadra na categoria de “filmes que me ensinaram algo novo sobre os EUA”. Escrito e dirigido por Chloé Zhao, o filme é protagonizado por Frances McDormand, que interpreta uma mulher que deixa sua pequena cidade em 2011, em decorrência da Grande Recessão de 2007-2009, para viajar pelo Oeste americano morando em sua van.

Baseado em um livro de não ficção intitulado Nomadland: Surviving America in the Twenty-First Century (Nomadland: Sobrevivendo à América no Século XXI, em tradução livre), de Jessica Bruder, o filme é um retrato cru de como é a vida para aquele grupo de pessoas que não tem endereço permanente e viaja pelo país, de emprego em emprego, seja por escolha ou por necessidade.

Frances McDormand está absolutamente perfeita como Fern e seu desempenho é sutil e comovente. É uma daquelas performances sem nenhum truque teatral para convencer o público de que ela é realmente uma nômade. É possível acreditar nela graças à sua ótima atuação. O que também ajuda é que a maior parte do elenco é composta por nômades reais interpretando a si mesmos, o que dá ao filme uma sensação de semidocumentário.

O único outro ator conhecido é David Strathairn, que interpreta um nômade chamado Dave e que encontra Fern algumas vezes na estrada.

A história de cada nômade é diferente, e cada um tem uma razão específica para viver dessa maneira, e Chloé Zhao faz um trabalho maravilhoso em capturar todas essas histórias sem ser invasiva ou sensacionalista. A diretora, conhecida por seu trabalho com filmes independentes, já faz história com Nomadland com suas várias indicações: ela foi indicada pessoalmente não só como diretora, mas também por roteiro, edição e produção. É também a primeira vez que duas mulheres são indicadas na categoria de Melhor Direção (Zhao é acompanhada por Emerald Fennell, que dirigiu Bela Vingança).

Nomadland pode não agradar a todos, já que é uma história muito introspectiva e silenciosa, com Fern sozinha durante boa parte do filme. É, no entanto, uma história maravilhosa e uma grande oportunidade de expandir seus horizontes e conhecer outra parte do país, bem como a situação de muitas pessoas que não moram nas grandes cidades.