Crítica: Os 7 de Chicago (2020)

Indicações: Oscars 2021

  • Melhor Filme
  • Melhor Roteiro Original
  • Melhor Ator Coadjuvante (Sacha Baron Cohen)
  • Melhor Edição
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Canção Original (“Hear My Voice”)
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Se você gosta de filmes de tribunal e do estilo de Aaron Sorkin (roteirista de Questão de Honra, The West Wing, A Rede Social), você provavelmente vai gostar deste filme. Ele conta a história do julgamento que se seguiu ao protesto ocorrido em Chicago em 1968 contra a Guerra do Vietnã.

O público é apresentado aos manifestantes separadamente, pois cada um deles está planejando sua ida a Chicago para fazer parte de um protesto maior durante a Convenção Nacional Democrata. Logo em seguida, o julgamento começa e dura a maior parte do filme, com a narrativa sendo contada de maneira não linear, com flashbacks do protesto.

Inicialmente, oito manifestantes foram presos, sendo sete deles representados por William Kunstler (Mark Rylance), enquanto Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II), o presidente nacional do Partido dos Panteras Negras, não tem representação alguma. À medida que o julgamento avança, é impossível não perceber a parcialidade do juiz (Frank Langella) contra todos os réus, especialmente contra Bobby Seale. O juiz, por várias vezes, acusa os réus e seus advogados de desacato ao tribunal, o que leva à cena mais brutal do filme envolvendo Bobby Seale.

A situação se torna ainda mais angustiante quando percebemos que isso tudo realmente aconteceu. Aaron Sorkin, que dirigiu e escreveu o filme, usou transcrições reais do julgamento para recriar muitas das cenas. Existem, é claro, algumas mudanças, mas a ideia principal e os fatos permanecem. Também é interessante notar que Fred Hampton, o presidente da filial de Illinois do Partido dos Panteras Negras, e cuja vida é o tema de Judas e o Messias Negro, aparece em Os 7 de Chicago. Portanto, seria uma boa ideia assistir aos dois para se ter uma visão completa do que estava acontecendo em Chicago durante aquele período.

O diálogo rápido de Sorkin e a escolha de contar a história de uma forma não linear ajudam a manter o ritmo de Os 7 de Chicago rápido o tempo todo. O elenco também é fundamental para seu sucesso, com Sacha Baron Cohen indicado por sua interpretação de Abbie Hoffman. Também fazem parte do elenco os atores Eddie Redmayne, Jeremy Strong, Joseph Gordon-Levitt e Michael Keaton, entre outros. O filme ganhou o prêmio do Sindicato dos Atores de Melhor Elenco, o que é um bom sinal para a cerimônia do Oscar.

Embora Os 7 de Chicago tenha sido filmado antes dos eventos que ocorreram nos EUA em 2020 envolvendo o movimento “Black Lives Matter”, parece que foi feito exatamente para os nossos tempos. É tão relevante hoje quanto teria sido se tivesse sido lançado há 50 anos, o que é triste e terrível de se perceber. Ainda há um longo caminho pela frente.

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