Crítica: Rocketman (2019)

Rocketman Poster

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Criar um filme biográfico é sempre complicado: há muitos deles sendo lançados e há a inevitável crítica que se segue sobre a precisão dos eventos, especialmente se a pessoa retratada tiver muitos fãs ou admiradores. Por alguma razão, os espectadores tendem a esquecer de que esse tipo de filme não é um documentário, mas sim uma dramatização do que poderia ter acontecido.

Isso aconteceu no ano passado com Bohemian Rhapsody, quando sofreu críticas de fãs da banda Queen e de Freddie Mercury, alegando problemas com a linha do tempo de certos eventos, bem como falta de cenas mostrando claramente a sexualidade de Mercury.

Este ano, há outro filme biográfico que está condenado a enfrentar as mesmas críticas. Rocketman, também dirigido por Dexter Fletcher (que terminou de dirigir Bohemian Rhapsody depois que seu diretor original foi demitido), conta a história de vida de Elton John, mostrando alguns de seus maiores sucessos.

Como o cartaz do filme já antecipa, não é um documentário, mas sim um filme “baseado em uma fantasia verdadeira”. A história toda é contada por Elton John (Taron Egerton) durante uma reunião em uma clínica de reabilitação. Por isso, é plausível que as linhas de tempo estejam bagunçadas em sua mente.

Rocketman começa com a infância de Elton, quando ele ainda era Reginald Dwight, um menino tímido e ignorado por seus pais (Steven Mackintosh e Bryce Dallas Howard), mas amado por sua avó (Gemma Jones). Ela é quem reconhece seus talentos com o piano e o leva para as aulas de música.

O filme, então, mostra ao público como Reginald se tornou Elton e como uma das melhores parcerias no show business teve início: Elton começa a compor a melodia para as letras escritas por Bernie Taupin (Jamie Bell) e, a partir daí, sua carreira disparou, especialmente depois de uma apresentação nos Estados Unidos.

Rocketman não esconde os problemas de Elton. Como ele reconhece logo no início do filme, é viciado em álcool, drogas, sexo e compras. Ele se sente terrivelmente solitário, traído por seu empresário (Richard Madden) e trabalhando demais. É aí que uma das melhores cenas do filme acontece: Elton canta a música-título com uma versão mais jovem de si mesmo.

É também um musical, e não apenas um filme com canções (como Bohemian Rhapsody, em que as músicas eram tocadas como trechos de concertos). Aqui, todos os personagens cantam, e há até números de dança.

Há também um número suficiente de cenas de sexo gay para fazer com que o governo russo censure parte do filme , mas não o suficiente para deixar os críticos americanos satisfeitos – então é basicamente impossível saber qual é a quantidade certa.

O que deve ser indiscutível, no entanto, é o desempenho de Taron Egerton, atuando e cantando. Ele pode não se parecer fisicamente com Elton, mas faz você acreditar, por duas horas, que ele é Elton John, além de poder apreciar sua voz (especialmente durante Your Song).

Rocketman é um retrato deliciosamente louco da vida de Elton, com uma trilha sonora cheia de sucessos que ficarão na sua cabeça por um longo tempo depois de ver o filme.



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