Crítica: Roubo em Família (2017)

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8/1078/1007,4/1093%80%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 19.8.2017.

O cartaz Roubo Em Família já diz muito: “Do Diretor de Onze Homens e Um Segredo“, “Veja como a outra metade rouba”. Assim, o público sabe que pode esperar um filme envolvendo um roubo, com muita testosterona e surpresas. Desta vez, no entanto, a gangue por trás do roubo planejado não usará roupas chiques no hotel Bellagio: trata-se de americanos da classe trabalhadora no estado de West Virgínia.

Dirigido por Steven Soderbergh, que voltou da aposentadoria, os personagens principais de Roubo Em Família são os irmãos Jimmy (Channing Tatum) e Clyde Logan (Adam Driver): o primeiro acabou de ser demitido e está prestes a ver sua filha se mudar para outro estado com sua ex-esposa (Katie Holmes) e o último é um veterano que perdeu a mão esquerda no Iraque e que acredita firmemente que a família Logan está amaldiçoada com má sorte. Determinado a ter dinheiro e continuar a ver sua filha, Jimmy decide roubar a corrida de NASCAR, já que ele sabe onde o dinheiro é mantido – em tubos no subsolo.

Para que o plano seja executado, eles escalam sua irmã (Riley Keough) como a motorista de fuga, bem como outra família: os irmãos Bang. Sam (Brian Gleeson) e Fish Bang (Jack Quaid) não são as pessoas mais inteligentes do mundo, mas estão interessadas no plano desde que haja uma “razão moral” que justifique o roubo desse dinheiro, apesar de seu passado não ser tão moral assim. Mas é o irmão mais velho o responsável pela parte mais importante do plano: a explosão dos tubos. Joe Bang (Daniel Craig) ainda tem cinco meses de prisão, mas os irmãos Logan sabem como tirá-lo temporariamente da cadeia sem que ninguém perceba.

Mesmo que o filme seja um pouco lento no início, ele rapidamente aumenta o ritmo ao mostrar ao público como o roubo ocorrerá e, como na trilogia Onze Homens e Um Segredo, ele só nos mostra o que precisamos saber, no momento em que precisamos saber. Uma mudança de ritmo muito interessante acontece quando a história de repente pára para um concurso de beleza, o que apenas mostra o quão diferente é este filme de assalto.

Há também muitos momentos engraçados, incluindo uma discussão envolvendo Game of Thrones e uma cena sobre o braço mecânico de Clyde.

O elenco em geral é bom, apesar de seus sotaques não serem totalmente consistentes (ainda não sei com certeza de onde o sotaque de Seth MacFarlane deveria ser). Mas isso não afeta o resultado divertido de suas performances. O melhor do filme com certeza é Daniel Craig. Ele aparece nos créditos como “E Apresentando Daniel Craig”, que é um pouco sarcástico e um pouco verdadeiro também. Ele está completamente diferente de qualquer outro de seus filmes anteriores, especialmente James Bond. As iniciais podem ser as mesmas, mas Joe Bang tem um forte sotaque, cabelos branqueados, tatuagens em todo o corpo e é mestre em fazer explosivos usando balas de goma Gummy Bears. Essa cena sozinha faz valer a pena assistir ao filme.

Talvez a única decepção seja a personagem de Hillary Swank. Ela é apresentada tão no fim da história que é difícil não se perguntar se ela é realmente necessária no filme.

Escrito por Rebecca Blunt, cuja existência muitas pessoas questionam, afirmando que é, na verdade, um pseudônimo, Roubo Em Família é claramente o resultado de um trabalho árduo combinado com muita diversão no processo, não se levando tanto a sério. Os créditos finais, com uma nota “Ninguém foi roubado durante a realização deste filme, exceto você” prova exatamente isso.



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