Com 2020 chegando ao fim, é hora de listar os melhores filmes lançados durante o ano. No entanto, como você deve ter adivinhado, este ano foi completamente diferente para todo mundo e a pandemia de coronavírus afetou todos os aspectos da indústria do entretenimento.
Com os cinemas fechados e vários lançamento adiados, o número de novos filmes foi reduzido significativamente. Além disso, eles estão espalhados entre diferentes serviços de streaming ou festivais virtuais de cinema, o que tornou difícil assistir ao mesmo número de filmes que eu teria em um ano normal.
Por isso, estou listando os melhores que vi considerando todos os itens acima, mas sei que há mais filmes que simplesmente não consegui ver ainda.
10 – Emma.
Esta é provavelmente a adaptação mais engraçada que eu já vi de um romance de Jane Austen. Anya Taylor-Joy interpreta a personagem que dá nome ao filme e dá uma abordagem diferente das versões anteriores. O elenco de apoio também brilha, especialmente Bill Nighy, Josh O’Connor, Miranda Hart e Johnny Flynn. Emma. conta a história de uma jovem nos anos 1800 que gosta de ser uma casamenteira apesar de estar determinada a não encontrar ninguém para si mesma. E por que há um ponto final no título deste filme? Segundo a diretora Autumn de Wilde, é porque é um filme de época, e, em inglês, ponto final é “period” e “filme de época” é “period film”. E essa explicação, com esse jogo de palavras, se encaixa perfeitamente neste filme!
Disponível no Telecine. Veja o trailer aqui.
9 – Revelação
Este documentário revelador nos mostra como os transgêneros têm sido representados em nossa cultura popular ao longo dos anos e como isso afeta suas próprias histórias. Apresentando entrevistas com Laverne Cox, Chaz Bono, Lilly Wachowski, entre outros, Revelação mostra ao público como filmes e programas de TV nos ensinaram a pensar sobre as pessoas transgênero (spoiler: não de uma maneira boa), bem como o progresso que vem ocorrendo nos últimos anos. Mas ainda há um longo caminho pela frente.
Disponível na Netflix. Veja o trailer aqui.
8 – Os 7 de Chicago
Se você gosta de filmes de tribunais e do estilo de Aaron Sorkin (ou seja, Questão de Honra, The West Wing, A Rede Social), você vai gostar deste filme. Ele conta a história do julgamento que se seguiu ao protesto ocorrido em Chicago em 1968 contra a Guerra do Vietnã. Originalmente, oito manifestantes foram presos e julgados, mas o juiz declara a anulação do julgamento de um deles (o ativista Bobby Seale), após a cena mais brutal do filme. Baseado em eventos reais e dirigido e escrito por Aaron Sorkin, Os 7 de Chicago tem um ótimo elenco (Eddie Redmayne, Yahya Abdul-Mateen II, Sacha Baron Cohen, entre outros) e é tão relevante agora quanto teria sido 50 anos atrás.
Disponível na Netflix. Veja o trailer aqui.
7 – Boys State
A cada verão, adolescentes dos Estados Unidos vão para o Boys/Girls State, uma espécie de acampamento intensivo, separados por sexo, onde aprendem sobre política e têm a tarefa de formar um governo. Este documentário acompanha o acampamento do estado do Texas e é um fascinante olhar sobre como os adolescentes atualmente pensam sobre as principais questões que preocupam o país e o que fariam para ganhar uma eleição (o que diz muito sobre nossos políticos no poder). Boys State seleciona sabiamente as pessoas retratadas e mostra ao público como a divisão de pontos de vista e valores já está enraizada em nossa sociedade desde muito jovem.
Disponível na Apple TV+. Veja o trailer aqui.
6 – Nomadland
Nomadland definitivamente se enquadra na categoria de “filmes que me ensinaram algo novo sobre os EUA”. Escrito e dirigido por Chloé Zhao, conta com Frances McDormand interpretando uma mulher que deixa sua pequena cidade durante a Grande Recessão de 2007-2009 para viajar pelo Oeste americano enquanto mora em sua van. Baseado em um livro de não ficção intitulado Nomadland: Sobrevivendo à América no Século XXI, de Jessica Bruder, o filme é um retrato cru de como é a vida para aquele grupo de pessoas que não tem endereço permanente e que viaja pelo país, de emprego em emprego, por escolha própria ou por necessidade. Frances McDormand está absolutamente perfeita neste papel e seu desempenho é sutil e comovente. Também é interessante notar que a maior parte do elenco é composta por nômades da vida real interpretando a si mesmos.
Ainda sem data de estreia no Brasil. Veja o trailer aqui.
5 – The Father
Muito raramente nos vemos tão confusos quanto o protagonista de um filme. Normalmente, o público tem a vantagem de saber a verdade enquanto testemunha a luta do personagem principal. The Father, porém, vira essa perspectiva de cabeça para baixo e nos dá o ponto de vista de Anthony (brilhantemente interpretado por Anthony Hopkins), um homem idoso que sofre de demência e está lidando com uma perda progressiva de memória. Se Anthony questiona as ações de sua filha (interpretada por Olivia Colman), nós também questionamos, já que o público está tão confuso quanto ele, o que torna tudo mais interessante.
Ainda sem data de estreia no Brasil. Veja o trailer aqui.
4 – O Som do Silêncio
Uma das piores coisas que podem acontecer a uma pessoa, em minha opinião, é perder aquilo que lhe dá seu sustento. É exatamente o que acontece em O Som do Silêncio quando Ruben (Riz Ahmed), baterista de uma banda de rock, descobre que está perdendo a audição. Acompanhamos sua jornada enquanto ele percebe que sua vida nunca mais será a mesma. Riz Ahmed dá uma das melhores atuações do ano.
Disponível no Prime Video. Veja o trailer aqui.
3 – The Assistant
Claramente baseado em como foi trabalhar com Harvey Weinstein, The Assistant nunca nos mostra o produtor, tampouco menciona seu nome. Em vez disso, acompanhamos um dia inteiro na vida de uma assistente, interpretada por Julia Garner. O nome de sua personagem também não é mencionado no filme, pois as pessoas mal falam com ela durante o dia. E é o silêncio que guia o filme. É incrível como é angustiante. Ela é constantemente maltratada por seu chefe pelo telefone e, posteriormente, forçada a escrever e-mails pedindo desculpas, sempre agradecendo pela oportunidade de trabalhar lá. Há outros dois assistentes que são extremamente desagradáveis ??e que não se importam com ela. Ao longo do dia, vemos como ela testemunha todos os facilitadores de seu chefe em ação, desde o departamento Recursos Humanos a mulheres mais seniores da empresa. The Assistant prova que você não precisa de um filme rápido ou de eventos extraordinários para ver uma história angustiante sobre assédio no local de trabalho.
Disponível no Prime Video a partir de 7 de janeiro. Veja o trailer aqui.
2 – Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre
Nunca, Raramente, Às vezes, Sempre é um filme difícil de assistir, pois acompanha a saga de uma adolescente de uma pequena cidade na Pensilvânia que deseja realizar um aborto. A cena que dá título ao filme é particularmente comovente, já que Autumn (Sidney Flanigan) lentamente começa a chorar enquanto responde a perguntas da assistente social em uma clínica de dedicada ao planejamento familiar. É um filme sobre sororidade, #metoo, hipocrisia e as lutas pelas quais as mulheres passam.
Disponível para locação na Apple TV e no Google Play. Veja trailer aqui.
1 – Soul
De certa forma, Soul abrange todos os temas dos filmes listados acima. Fala sobre nosso propósito na vida e qual é a nossa “faísca”: o que nos faz querer estar vivos e aproveitar a vida. Também fala sobre sonhos e os perigos da obsessão por um objetivo específico. A animação é de tirar o fôlego e a trilha sonora original é maravilhosa. Mesmo que eu ainda prefira Divertida Mente, Soul é um filme extremamente relevante e inteligente, que talvez só faça sentido para as crianças quando elas crescerem.
Disponível no Disney Plus. Veja o trailer aqui.
Vamos torcer para que 2021 nos traga uma vacina e mais filmes!